segunda-feira, 30 de março de 2009

Nova Campanha Nestlé!


A Nestlé lançou um passatempo online para desafiar os consumidores a criarem a sua própria campanha de divulgação.

Designado «O Maior Fã da Páscoa», este projecto, criado e implementado pela OgilvyOne, tem por base uma rede social_ www.omaiorfadapascoa.com _ criada especificamente para esta iniciativa, e através da qual os interessados se podem inscrever para criar o perfil que os torne os maiores fãs da Páscoa.

Os prémios são atractivos e, se gostarmos desta época, porque não tentar?

sexta-feira, 27 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pessoa "o Marketeer"


Como estudante do Instituto Português Administração de Marketing tive o privilégio de obter o livro “Marketing em Pessoa” publicado pelas edições IPAM. O poeta produziu este texto espantoso e absolutamente actual sobre o mercado e o papel do comerciante/gestor e da publicidade.
E quando o marketing era um conceito desconhecido mesmo para os norte-americanos, Fernando Pessoa presenteia-nos com uma análise de incrível modernidade. Apresento aqui alguns excertos que demonstram a adequação incrivel desta abordagem à realizade actual.

A essência do comércio
“O inglês costuma comer “os ovos”, a que nós chamamos “quentes”, não em copos e partidos, mas em pequenas taças de louça, do feitio de meio ovo, e em que o ovo, portanto, entra até a metade; partem a extremidade livre do ovo, e comem–no assim, com uma colher de chá, depois de lhe ter deitado sal e pimenta. Na Índia, colônia britânica, assim se comiam, e naturalmente ainda se comem, os ovos “quentes”. Como é de supor, eram casas inglesas as que, por tradição aparentemente inquebrável, exportavam para a Índia as taças para este fim. Sucedeu, porém, que, alguns anos antes da Guerra, as firmas inglesas exportadoras deste artigo notaram que a procura dele na Índia decrescera quase até zero. Estranharam o facto, e procuraram saber a causa, e não tardou que descobrissem que estavam a ser batidas por casas exportadoras alemãs, que vendiam idêntico artigo ao mesmo preço.
Se as casas alemãs tivessem entrado no mercado índio com o artigo a preços mais baixos, sem dúvida que os agentes dos exportadores ingleses teriam advertido estes sem demora. Mas, como o preço era igual e a qualidade igual também, não era necessário o aviso; nem houve receio quando se verificou que havia razão para mais que receio – isto é, quando se verificou que, nestas condições de duvidosa vantagem para um novo concorrente, o artigo alemão vencera por completo.
Feita a averiguação ansiosa da causa deste mistério, não tardou que se descobrisse. Os ovos das galinhas indianas eram – e naturalmente ainda são – ligeiramente maiores que os das galinhas da Europa, ou, pelo menos, das da Grã–Bretanha. Os fabricantes ingleses exportavam as taças de tipo único que produziam para o consumo doméstico. Estas taças, evidentemente, serviam de um modo imperfeito aos ovos das galinhas da Índia. Os alemães notaram isto, e fizeram taças ligeiramente maiores, próprias para receber estes ovos. Não tinham que alterar qualidade (podiam até baixá–la), nem que diminuir preço: tinham certa a vitória por o que em linguagem científica se chama adaptação ao meio. Tinham resolvido, na Índia e para si, o problema de comer o ovo de Colombo.
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Esta história, em aparência tão simples, encerra um ensinamento que todo comerciante, que não o seja simplesmente por brincar às vendas, devia tomar a peito, compreender na sua essência. Um comerciante, qualquer que seja, não é mais que um servidor do público, ou de um público; e recebe uma paga, a que chama o seu lucro, pela prestação desse serviço. Ora toda a gente que serve deve, parece–nos, procurar agradar a quem serve. Para isso é preciso estudar a quem se serve – mas estudá–lo sem preconceitos nem antecipações; partindo, não do princípio de que os outros pensam como nós, ou devem pensar como nós – porque em geral não pensam como nós –, mas do princípio de que, se queremos servir aos outros (para lucrar com isso ou não), nós é que devemos pensar como eles: o que temos que ver é como é que eles efectivamente pensam, e não como é que nos seria agradável ou conveniente que eles pensassem.
Nada revela mais uma incapacidade fundamental para o exercício do comércio que o hábito de concluir o que os outros querem sem estudar os outros, fechando–nos no gabinete da nossa própria cabeça, e esquecendo que os olhos e os ouvidos – os sentidos, enfim – é que fornecem os elementos que o nosso cérebro há de elaborar, para com essa elaboração formar a nossa experiência.
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O estudo do público, isto é, dos mercados, é de três ordens – econômico, psicológico e propriamente social. Isto é, para entrar num mercado, seja doméstico ou estranho, é preciso:
1) Saber as condições de aceitação econômica do artigo, e aquelas em que trabalha, e em que oferece, a concorrência.
2) Conhecer a índole dos compradores, para, à parte questões de preço saber qual a melhor forma de apresentar, distribuir e reclamar o artigo.
3) Averiguar quais são as circunstâncias especiais, se as houver, que, de ordem profunda e social ou política, ou superficial de moda ou de momento, obrigam a determinadas correções no resultado dos dois estudos anteriores.
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É espantoso – não: é pavoroso – o número de comerciantes que cotam para um mercado, estrangeiro e até nacional, espontaneamente ou solicitados, sem averiguar se não estarão cotando um preço que seja um disparate de tal ordem que os desqualifique intelectualmente – e a desqualificação intelectual é por vezes pior que a moral – no espírito dos que recebem a oferta.
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Em resumo: o comerciante é um servidor público; tem que estudar esse público, e as diferenças de público para público se o artigo que vende ou explora não é limitado a um mercado só. O comerciante não pode ter opiniões como comerciante, nem deve fazer comercialmente qualquer coisa que leve a crer que as tem. Um comerciante português que faça um rótulo encarnado e verde, ou azul e branco, comete um erro comercial: quem segue a política das cores do rótulo não lhe compra o produto por isso, e quem segue a política oposta deixa muitas vezes de o comprar. Por um lado, não ganha, por outro o perde. Mais incisivamente ainda: o comerciante não tem personalidade, tem comércio; a sua personalidade deve estar subordinada como comerciante, ao seu comércio; e o seu comércio está fatalmente subordinado ao seu mercado, isto é, ao público que o fará comércio e não brincadeira de criança com escritório e escrita.”


Espantoso, nã0?

sexta-feira, 13 de março de 2009

=) Feel young again

BeSt ReJeCteD AdVerTisEment

Numa pequena pesquisa tive a oportunidade de conhecer um site que contém as melhores campanhas rejeitadas que nunca saíram para o mercado. Ao visualizar qualquer campanha rejeitada, conseguimos de imediato saber qual o motivo de não ter sido aceite.

http://www.bestrejectedadvertising.com/

Aconselho a todos a consulta e deixo aqui um pequeno exemplo:

Em Julho de 2006 a Sony viu-se obrigada a retirar uma campanha de um outdoor holandês sobre Playstation Portable Branca e a emitir um pedido de desculpas público na sequência de queixas sobre anúncios racistas.

Após o aparecimento dos outdoors, em Amesterdão e outras cidades holandesas, foram levantadas acusações de racismo na web e em revistas especializadas. A Sony inicialmente rejeitou as acusações e persistiram com os cartazes, mas, após semanas de contínua pressão optou por remove-los.

"Estamos apenas a dar um forte contraste entre negro e branco, mas nunca quisemos discriminar ninguém", disse um porta-voz Sony. "O anúncio foi percebido de forma inesperada e gostaríamos de pedir desculpas com as pessoas que se sentiram ofendidos com os anúncios."

Por vezes uma óptima campanha pode ter um impacto inesperado pelos motivos menos óbvios. E neste site conseguimos perceber exactamente isso. A cultura adjacente a cada país é um factor decisivo no processo de escolha de uma campanha.